We’ve updated our Terms of Use to reflect our new entity name and address. You can review the changes here.
We’ve updated our Terms of Use. You can review the changes here.

O mudo mundo com a nossa voz

by TuNa Punk Rock

/
  • Streaming + Download

    Includes high-quality download in MP3, FLAC and more. Paying supporters also get unlimited streaming via the free Bandcamp app.
    Purchasable with gift card

      name your price

     

1.
Desde que resolvemos apartar-nos Não ser bicho para ser a criatura Ser senhor e rei de rio e prado Vigiando tudo das alturas De torres feitas de arrogância Possuindo em cercas de monocultura E num exercício de ganância Tentar vencer a morte cavando sepulturas Sala-cela - Condenamos e nos autocondenamos nela – Sala-cela –, ao nos enjaularmos na cultura Não tem volta, essa porta é só de entrada E por dentro a porta não tem fechadura A porta, não vamos sair por ela Deixá-la e atravessar a sala escura Tateá-la, acender uma vela Ver cada buraco e rachadura Chegar bicho ao lado oposto da cela Malandro saltar rima e a janela Sala-cela - Condenamos e nos autocondenamos nela – Sala-cela –, ao nos enjaularmos na cultura E ver a cultura do lado de fora E estar pronto para viver só o agora.
2.
O mundo é mostrado por lentes Pelas quais dá cansaço olhar Enfiam pupila abaixo falsa visão abrangente Nítida, mas distante; focada, mas doente Prefiro ser míope e ver bem no detalhe Daquilo que eu vejo também sentir o calor Pensar é estar doente dos olhos Definir mata a imaginação O míope olha tudo de perto E com o coração compõe o universo De longe ser Renoir e Monet De perto não conceituar, só ver Quem acha que vê bem à distância Contenta-se com um plano geral Generaliza e desconsidera Que de perto nada é igual E o que de fato é essência É invisível ao olhar Não há de fato visão perfeita Há sempre muito mais que enxergar Prefiro ser míope e ver bem no detalhe Do que eu vejo sentir textura e odor.
3.
Para articular a generalização De que cada gênero em particular Partícula x aqui e y acolá Em cada alelo há paralela visão Que não vai encontrar a outra Nem no infinito Pois homem é isso, mulher é aquilo A animosidade é a regra solta. Do contra, me anima outra função A reta faz curva nesta minha ótica No plano de fundo de todos y cruza com x E a paralela fica mais parabólica. O macho em mim é uma puta devassa Meu lado fêmea é um padre repressor Cio Animus seios, se a Anima bolas Não penso régua, penso transferidor.
4.
Pra madeira não apodrecer Contaminada de umidade “Hay que secar y endurecer” Deixar a seiva escorrer – e evaporar Arder – ficar ao sol – arder Arder – cair na pira – arder Pro aço esticar, dobrar, não romper Tensionar sobre a madeira e soar Há que derreter e temperar E aí palheta até o dedo queimar Arder – fundir, incandescer Arder – até reverberar Pro corpo não azedar em amargor Pra doçura nunca enjoar Malagueta pra trazer calor Jalapeño pra melhor respirar Pro nosso sambar dar rock ´n roll Pra secar até a gota o rancor A gente pode mesmo se esfregar Num esfrega-esfrega de arranhar Arder – deixa a paixão arder Arder – o corpo e alma – arder
5.
Ontem eu deitei aos oitenta Com pelancas na autoestima Esclerose na experiência Reconhecendo tudo que vinha Acordei aos quatro outra vez Não sabia mais nem me limpar Mas aquilo que chamo de eu Era ainda algo a inventar Se esperança é uma espinha Então tive treze todo o dia E se a subversão é uma punheta A liberdade é a filha da vizinha Fim de tarde, no ápice, aos quarenta Enlacei a tua mão na minha A vida começou com um beijo terno Retornei ao útero materno
6.
Todo toque é intimidade penetrar de ponta de agulha toda pele é tela excitante onde a alma fagulha A pele é um dentro explícito que outra pele toca e tatua tato aflora o íntimo, o implícito desenha minha vida na tua Todo rubor toda palidez toda tinta ou traço incrustado manifesta medo ou embriaguez retrata sombra e ser revelados A pele é um dentro explícito que outra pele toca e tatua tato aflora o íntimo, o implícito desenha minha vida na tua Todo abraço é toque de artista que da obra não se indissocia quando figura no outro molusco também se desenha conchinha A pele é um dentro explícito que outra pele toca e tatua tato aflora o íntimo, o implícito desenha minha vida na tua
7.
Quanta gente passa por mim – borbotão Afogada em controle – gravidade Sérios problemas da vida – realidade De verdade? Voar quem te dá – visão Correr o risco de cair para o céu Não ter mais medo, não olhar para o chão A cidade e seu trabalho agarrando pelos pés O cinza do asfalto armadilha mordendo a canela Meu pulmão é um barco a vela Enfunado de azul, de estratosfera Nossas asas são o olhar Nossas asas são o olhar Nossas asas são o olhar Nossas asas são o olhar O asfalto em pó no horizonte quer turvar o espaço Nubla o caminho – poeira de pés arrastados Batendo as asas do sonho, fazendo vento Soprando o túmulo de fumaça – vivendo

credits

released May 3, 2013

license

all rights reserved

tags

about

TuNa Punk Rock São Paulo, Brazil

Punk rock sensual, pró mistura de suor, pró intimidade, pró autoconsciência…

contact / help

Contact TuNa Punk Rock

Streaming and
Download help

Report this album or account

If you like TuNa Punk Rock, you may also like: