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Dupla Face

by TuNa Punk Rock

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1.
Subi no selim e saí pedalando Pra te dar um ´selim´ e ficar te abraçando Monstrorista malvado, na má-fé me fechou Ficou engarrafado, sem o retrovisor. Do motor que leva ao sonho/ minha perna torneada é pistão Ando com menos pressa/ e tô mais cedo aí Minha bundinha empinada/ enfeita o mundo sem poluição Não queimo gasolina/ sou movido a açaí. Subi no selim e saí pedalando Pra te dar um ´selim´ e ficar te abraçando Monstrorista safado, na má-fé me fechou Ficou engarrafado, sem o retrovisor. Controlar meu guidon/ mesmo sem usar as mãos Prescindir de asfalto/ buscar outras trilhas Derrapar pro futuro/ pela contramão Dar uso mais útil/ pra tanta gasolina: Gasolina, garrafa, pedaço de pano! I want to ride my bike/ ride it where i like Você buzina preso?/ te conto um segredo: Forget all your duties/ antes que seja tarde Esquece o casamento:/ melhor comprar uma bike!
2.
Na vida quase tudo tem remédio Se a gente entende bem o que é isso O que nos debilita ou vicia Nos mata ou nos leva ao suicídio A febre a fossa a polícia o tédio O dinheiro e a própria medicina Que nos fazem querer o precipício A cura: expurgo e profilaxia Tristeza e tosse com gengibre e prazer Pra voz clara maçãs, e boa autoestima Agrião e extravasar pra limpar o fígado Pro coração: cachos de uvas e amigos Asfalto, calçamento: todos cimentados Endurecendo o chão e a gente Pavimentando câncer e estresse Remédio é picareta e semente. fast food, prato congelado Alimentam indústria e colesterol Anticapitalismo e mastigar sem pressa Comida fresca, molotov e sol Mingau de arroz limpa o medo e as toxinas Lágrimas e arruda pra lavar a alma e os olhos Objetivos próprios, DIY e água fresca Correr e depois pôr os pés de molhos Se o que não se exercita atrofia Nadar contra a corrente é liberdade Viver temperatura e temperamento Sem cérebro ou ar condicionados Suar! Mexer! Com outra pele em contato Abraço molhado! Externando o calor que ar de dentro Remédio é evitar ficar doente Produzir coisas que têm significado Manter limpos o corpo e a mente Remédio bom é amar e ser amado
3.
Cada gesto nosso é um flash 1/24 de segundo Que, sem apagar o que o antecede Se sobrepõe ao outro em um novo mundo. A sucessão de gestos fixos no momento Nos dá a ilusão de movimento E a sensação de continuidade: A vida é um cinema de verdade.   Então o que passou não é passado? O que passou tá vivo e enterrado. O gesto é eterno e você sente Germina e frutifica igual semente.   Nós juntos, cena em plano geral Coreografia improvisada de um musical. Do alto, de onde é feita a tomada A cada frame uma figura é formada. Em roda, em fila ou em espiral Mosaico de pessoas, vivo fractal Strike a pose (vogue): spacatti ou rodada Registro em rolo de revolução dançada   Então a vida é gestos decupados? Quadro-a-quadro cujo corte não se sente? O tempo é o entre-quadros? O que é o que foi simultaneamente.   Nos closes cada qual é cada qual Seu susto, riso, ou lágrima que cai Angula perfis que são bons e maus Nos closes o que está por dentro sai   Nos olhos, no que é rido ou é chorado Renasce em flashback o passado Juntando e misturando realidades O eu de agora e os de outras idades.
4.
70% de mar 05:22
Ter muita certeza é enrijecer Toda solidez pode rachar E a forma dura, irrefutável, é forte mas não dura Sucumbe ao próprio peso ou começa a esfarelar Fluir! Fluir para viver Escorrer! Em frestas penetrar Espirrar! E o golpe absorver Dissolver, erodir, afogar Inodora, insípida, incolor Neutro ph, bom condutor Refrata e faz visível todo o espectro de cor Relâmpago e arco-íris, expressão de raiva e amor Chover, se for pra enternecer Virar nuvem se for para sonhar Correr e turbinas mover Derreter quando o inverno passar Chover, regar, fazer crescer Pra ver tudo do alto, evaporar Quando encanado congelar Se expandir até o cano arrebentar Redemoinho, tudo leva ao fundo Ser vagalhão, sobre si se dobrar Descer em turbilhão por ego e sombra até o si mesmo Trazê-lo à superfície e em ondas se espalhar Descer, se autoconhecer Achar o que no silêncio escuro está Ascender em corrente e o trazer Deixá-lo à superfície aflorar   Viver vazante e cheia quando a lua aparecer Dançar com o vento que soprar Ondular e até a margem correr Lamber a areia, alisá-la e então recomeçar    
5.
Nas curvas, nas voltas, nos túneis... da ida Levando em quatro rodas quatro vozes, mais dez canções. Há boas razões pra queimar gasolina: Encher o tanque de ideias, inflamar mais cidades com sons.   Brincando com a resistência do ar, fora da janela Minha mão vira asa, faz circunvoluções   O centro da revolução está a meio caminho entre estrada e horizonte   Por serras, por retas compridas, por cima de pontes Conhecer mais da família formada por convicção Voltar com a bateria recarregada nessas novas fontes Trazer nas bagagens conversas e inspiração   Brincando com a resistência do ar, fora da janela Minha mão vira asa, faz circunvoluções   O centro da revolução está a meio caminho entre estrada e horizonte   Estrada adiante olho o retrovisor Me desloco no espaço pra encontrar a mim mesmo Buscando um farol para o câmbio, ou ser o motor Para chocar esse mundo em que irradia a dor.
6.
A vida não é só flor, também é náusea E muita vez o bom é o perturbado Que sorve e mal digere o veneno Razão do erro próprio e do alheio Na bolha de total assepsia qualquer poeira causa alergia se não tem contato com a doença Um corpo não adquire resistência A bile acumulada se vomita Descarrega-se violentamente Jamais odiaremos nosso amor Mas nosso ódio amaremos sempre As vezes fumar um pouco de tabaco Aquece o corpo e tira a umidade E um doce depois da batata frita Não nutre mais alegra a barriga Um fim de amor ou uma rejeição Confiar e sofrer uma traição Ou trair quem confia por vaidade É fazer parte da humanidade Sem pé na jaca a vida não é vida Sem pé por mão não rola bananeira Nem nunca alcança a sabedoria Que não se deixa dizer uma asneira Meu super-homem não é feito de aço Mas frágil, cheio de sensibilidade Chora abraçado com um cavalo De pena do homem do chicote O heroico mesmo é meio bandido Um Brad Pitt que é Tyler Durden E que destrói algo que acha bonito Dá a cara a tapa e explode edifício Pra ter saúde às vezes é preciso travar contato com uma doença Quero cheirar fumaça de óleo diesel Me embriagar até que alguém me esqueça
7.
Se cada gesto em si que importasse E fosse pleno de significado Unívoco, e nada o mudasse A gente tava mesmo bem ferrado. Mas dá, às vezes, pra retroceder Mas dá, às vezes, para repensar E o mesmo take ter sua dupla face Da outra vez que for reprojetado A gente só entende todo o drama Que o close captou naquele olhar No último capítulo ou fotograma No prisma de uma grande angular Roteiro aberto, cada atriz ou ator Dirige a própria cena e improvisa E como não existe diretor Muito nonsense faz parte da fita A gente só entende todo o drama Que o close captou naquele olhar No último capítulo ou fotograma No prisma de uma grande angular É tudo uma Odisseia sem Homero “The end” que tem continuação Como, às vezes a gente diz uma frase E depois logo emenda um “só que não” E se tudo encerra um “e se?” Nenhuma cena se encerra ali Certeza mesmo não se tem de nada Toda história pode ter virada A gente só entende todo o drama Que o close captou naquele olhar No último capítulo ou fotograma No prisma de uma grande angular
8.
Pode cuspir, pode pisar Não me mexo Tentar todos truques de persuasão (perfuração) Eu não cedo Se se deixam erodir, iludir Permaneço Pode escavar, pode garimpar Não te conto Porque eu sou firmeza Não é qualquer impacto que me abala, não Só danço os tangos compostos na escala Richter Não faço terremoto em copo de areia, não Se tu tem britadeira e me esfacela Meus fragmentos Pra funda estilingue, arremesso São munição Se tu vem com baixeza eu caio em cima Soterramento E no fim de tudo sua carne Eu que vou comer Porque eu sou pedreira Aqui é avalanche, aqui é rock ´n roll Pedra no sapato, no meio do caminho Pedra de responsa, pedaço de mau caminho Meu centro é ardente, pulsante Não me alieno E quem tem raiz alimenta O que vai florescer Sou todo o terreno, me estendo Além do horizonte Mundão sem porteira ou fronteira Pra gente correr

about

Nosso segundo LP, gravado em 2013 em nosso próprio estudio, em nossa casa.
Dupla Face tem este nome porque tráz a ideia da multiplicidade da realidade e das coisas da vida e porque está arranjado nessa simetria: oito músicas, quatro de cada lado, formando pares que abordam, de pontos de vista diferentes, não necessariamente opostos, mas diferentes, quatro temas, ou quatro temas geradores, porque cada tema tem suas outras faces, que se vão mostrando como a cara e a coroa se mostram enquanto a moeda gira no ar.
Este é um disco conceito, que tenta discutir o quanto a rigidez pode quebrar mas que com uma boa raiz podemos florescer em diversos lados, opostos inclusive.
As primeiras 100 copias acompanham um dvd, Outra Face, que mostra um pouco de como e porque gravamos este disco de forma totalmente DIY.
Capa em gatefold, com letras, punk rock...

credits

released May 4, 2013

license

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TuNa Punk Rock São Paulo, Brazil

Punk rock sensual, pró mistura de suor, pró intimidade, pró autoconsciência…

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